Para entender melhor o que são e para
que servem os biodigestores, vamos começar traduzindo a palavra
biodigestão: bios, vem do grego e significa vida, já digestione foi
extraído do latim, e quer dizer digestão ou decomposição.
Cientificamente, biodigestão é o nome atribuído ao processo de
transformação, decomposição ou degradação de substâncias orgânicas,
sejam elas de origem animal ou vegetal, realizada por seres vivos, como
microrganismos, por exemplo, ou até mesmo o homem.
O processo de
fermentação que ocorre no interior dos biodigestores é o mesmo usado
para fabricar vinho, cerveja, vinagre e outras substâncias. A diferença é
que nestes casos, para realizar esse trabalho as bactérias necessitam
de oxigênio, portanto são chamadas de aeróbias. Já as anaeróbias, só
trabalham na ausência de oxigênio. São bactérias que sobrevivem nos
intestinos dos animais, por exemplo, sendo as responsáveis pela
fermentação dos excrementos.
PRINCÍPIO BÁSICO
O princípio
de funcionamento de um biodigestor é bastante simples. Trata-se
basicamente de uma câmara fechada onde os resíduos orgânicos, são
fermentados anaerobiamente (sem a presença de oxigênio), transformando
esta biomassa em gás combustível e fertilizante. Outro ponto positivo
deste processo é que o biogás é capaz de produzir, simultaneamente, não
apenas energia elétrica, mas também energia térmica na forma de água ou
ar quente, oriunda do calor gerado pelo processo de combustão em
motores/geradores convertidos a biogás. Por isso, o biogás pode ser
usado para alimentar fogões, no aquecimento de água, motores, lampiões e
em geladeiras a gás, se constituindo numa das fontes energéticas mais
econômicas e de fácil aquisição.
Para produzir um metro cúbico (m3)
de biogás são necessários 25 kg de esterco fresco de vaca; ou 5 kg de
esterco seco de galinha; ou 12 kg de esterco de porco; ou 25 kg de
plantas ou cascas de cereais; ou 20 kg de lixo. Dejetos humanos também
produzem biogás.
É por isso que os biodigestores são apontados como
uma excelente alternativa energética para propriedades rurais, sendo uma
opção valiosa para o aproveitamento de dejetos e restos de cultura,
isso sem mencionar as vantagens para o saneamento ambiental. Mesmo
assim, apesar da abundância de matéria prima para a geração de biogás, o
Brasil ainda não despertou para o grande potencial dos biodigestores. E
não é por falta de referências bem sucedidas. Países pobres como a
Índia, por exemplo, possui cerca de 300 mil biodigestores em
funcionamento. Por aqui, segundo dados da Embrapa, nos anos 90, eles não
chegaram a 8 mil.
Laura Giulianna C15
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